Advertências sobre o Jejum
Jejuar não salva.
Nesta parábola, o Senhor Jesus Cristo ensina que a salvação não pode ser alcançada por obras religiosas e boas intenções. O auto-elogiado fariseu deixou o templo numa condição não salva diante de Deus. O publicano arrependido foi salvo por se humilhar e buscar a misericórdia de Deus. Cristo não está trazendo luz aqui sobre a importância de jejuar, mais do que Ele traz luz sobre a importância de dizimar. Mas nem jejuar, nem dizimar, nem outro dever religioso podem justificar um homem diante de um Deus santo.
Não se deve jejuar para se exibir.
“ E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, 18 Para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.” (Mt 6:16-18 ACF)
Deus odeia religião hipócrita, que é a tentativa do homem de parecer santo diante dos outros homens sem possuir a verdadeira santidade diante de Deus. Nesta passagem, Cristo recusa o tipo de jejum feito com o objetivo de parecer espiritual diante dos homens. Ainda, Ele não traz luz sobre a própria prática do jejum, quando feito adequadamente. De fato, Ele tem como garantido que Seus seguidores jejuarão. Ele não disse: “Se vós jejuares”, mas “QUANDO jejuares”. E Ele faz uma maravilhosa e definida promessa que os que praticam o jejum bíblico serão recompensados abertamente por Deus Pai.
Jejuar não deve ser um ritual religioso.
Esta é a declaração de um fariseu que praticava a religião numa tentativa de se justificar diante de Deus. Ele observava um período regular de jejum. No entanto, em nenhuma passagem a Bíblia requer tal prática. O jejum não deve ser simplesmente um ritual a ser observado uma vez por semana, ou uma vez ao mês ou antes da Ceia do Senhor, etc. O jejum é algo a ser praticado [somente] quando surge uma necessidade especial e quando o Espírito Santo inspira.
O jejum é inaceitável e sem efeito sem um direto relacionamento com Deus
“ Fala a todo o povo desta terra, e aos sacerdotes, dizendo: Quando jejuastes, e pranteastes, no quinto e no sétimo mês, durante estes setenta anos, porventura, foi mesmo para mim que jejuastes? Ou quando comestes, e quando bebestes, não foi para vós mesmos que comestes e bebestes?” (Zc 7:5-6 ACF)
Deus repreende os jejuns hipócritas dos filhos apóstatas de Israel. Eles estavam obedecendo aos ditames da verdadeira religião, mas seus corações estavam longe de Deus e estavam vivendo em direta desobediência à Sua Lei. Nenhum dever religioso é aceitável diante de Deus que não proceda de uma vida regenerada e que não seja guiada pela Bíblia e pelo Espírito Santo.
O jejum bíblico não deve ser feito por questões de saúde física
Embora vários tipos de jejuns podem ou não promover melhor saúde, este não é o propósito da Bíblia para o jejum. Muitos livros cristãos populares enfatizam a importância de jejuar para o benefício físico, mas esse jejum não é bíblico Não podemos dizer se jejuar é bom ou não para a saúde e não podemos dizer se é correto ou errado jejuar por questões de saúde. Estamos dizendo simplesmente que a Bíblia não fala do jejum à luz da saúde.
Houve falsos mestres em Colossos que promoviam a idéia de que a espiritualidade seria adquirida por várias práticas ascéticas, seguindo-se uma lista de podes e não podes, feita por homens. Isto incluía certas regras dietéticas especiais e o jejum, como meio de negar o corpo. Os monges católicos romanos e gregos ortodoxos de certas ordens praticam esse tipo de coisa. Eles se mantêm à parte da interação normal com as pessoas; seguem regras rígidas de trabalho, dieta e meditação; observam períodos regulares de jejum, solidão e silêncio; punem seus corpos de vários modos, alguns inclusive fustigando seus próprios corpos com varas. Esta vida ascética é entendida como meio pelo qual os indivíduos monges podem desenvolver sua salvação e se aproximar de Deus. Os sacerdotes hindus e budistas também praticam ascetismo numa tentativa de atingir níveis elevados de espiritualidade em seus falsos sistemas religiosos.
O apóstolo Paulo advertiu contra este tipo de coisa. Nem a salvação nem a espiritualidade são obtidas pelo ascetismo. Pode-se receber o perdão dos pecados e a vida eterna através de um salvítico relacionamento com Cristo, através do arrependimento e da fé na morte de Cristo na cruz. E se cresce na prática da santidade andando na companhia de Cristo ressureto. Isto é o que o apóstolo Paulo lembrou aos cristãos de Colossos que estavam em perigo de serem iludidas pelos falsos ascetas. “ Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo; Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade; E estais perfeitos nele, que é a cabeça de todo o principado e potestade; No qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo dos pecados da carne, a circuncisão de Cristo; Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos. E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas, Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo. Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados,” (Cl 2:8-16 ACF)
O jejum é uma parte importante da vida e do ministério cristãos, mas devemos ter cuidado de não pensar que a espiritualidade vem através da punição do corpo e da observação de vários rituais e leis dietéticas. A espiritualidade vem da comunhão- companheirismo com Jesus Cristo.
O jejum não garante que a oração será atendida.
Jejuar é um assunto pessoal.
Jejuar é importante e útil na vida e no serviço cristão, mas não é algo que possa ser ordenado [ou induzido] [por outra pessoa] e não é algo pelo qual devemos julgar a condição espiritual de outros. O voto nazireu é uma ilustração disto. Deus não exigiu que o povo fizesse voto nazireu (exceto em poucos casos incomuns, como o de Sansão, Samuel e João Batista). Era um voto de livre arbítrio que um indivíduo fazia a Deus, além dos deveres requeridos pela Lei. O jejum tem essa natureza.